Acho que estou cansada de ler esses textos de pessoas escrevendo sobre “Por que não quero voltar ao Brasil!”, “Por que estou voltando para o Brasil!”, “Por que cansei do Brasil e estou me mudando para a Conchinchina!”, “Por que o corajoso é aquele que vive no Brasil” e por aí vai … e quer saber uma coisa, o melhor lugar do mundo para viver, é aquele que você quer estar e pronto! Simples assim… ninguém tem nada a ver com isso e sua decisão não precisa ser pra sempre!
Li um texto no mês passado de uma família que estava voltando para o Brasil e o principal motivo da mudança era o fato deles terem se cansado de viver longe dos amigos e familiares do Brasil, e quer saber, achei a razão mais que válida (eu mesma já pensei sobre isso várias vezes!). Mas para se explicar, o autor dizia que estava cansado do frio, das pessoas que não tinham calor humano etc etc etc … se não me engano, moravam aqui no Canadá.
Aí vem minha indagação, mas por que é preciso “sacanear” o outro país que lhe acolheu (seja ele um país estrageiro ou o próprio Brasil)? Todo mundo sabe (ou deveria saber) que não existe país perfeito… sendo assim, precisa mesmo falar sobre os pontos negativos do outro país? Somente razões positivas pra voltar ou ficar não seriam suficientes pra basear a escolha? [Já comentei sobre a questão do fugir de um país ou adotar um novo aqui nesse link].
Depois desses 15 anos de vida expatriada, aprendi que depois que você tomou o primeiro passo de sair da sua zona de conforto e se aventurou pelo mundo, a única certeza que você tem, é que não há mais certeza de nada! Simplesmente tudo pode acontecer, pois você sabe que apesar dos altos e baixos de uma mudança, as coisas se ajeitam e tudo entra nos eixos aos poucos.
As vezes, a gente sente necessidade de explicar nossas decisões para as pessoas, e isso pode tirar nosso foco original. Por exemplo, já vi alguns amigos se mudarem para o Canadá ou qualquer outro país com o objetivo de viver uma outra cultura e de uma melhor qualidade de vida. De repente, no momento que chegam nesse novo país, o objetivo muda para “ter que se dar bem“, não porque ele quer isso realmente, mas para provar pra quem ficou no Brasil, que a decisão foi certa. E eu me pergunto; como assim? pra que isso? o que você ganha com isso?
Então é isso … chega de viver a vida que os outros querem que você viva, agarre suas decisões, viva esse momento e se não for como tinha imaginado… repense tudo novamente e comece um novo plano!
Leia mais:
Imigrar para o Canadá não deve ser sonho
Qual a hora certa de imigrar para o Canadá?
Qual é a sua: Fugir do Brasil ou Chamar um novo país de casa?
Principais problemas enfrentado pelos imigrantesCurte o que lê aqui no Mikix, não esquece de usar os links dos nossos afiliados na sua próxima viagem!
28 Comentários
Feliz Dia do Evangélico (Gospel Day). Em Brasília é feriado - 30/11
:)
Happy Halloween!
Ando tão atrasada em responder os comentário, que estou mais para lhe desejar Feliz Natal :)
bjos
gostaria de fazer um curso no Canadá
Qual curso? Abs
Oi Mirella, eu sou um daqueles que depois de 15 anos fora, uma nova oportunidade "caiu de maduro" e acabei voltando para o Brasil. 10 entre 10 Brasileiros aqui (especialmente) de São Paulo questionam a minha sanidade mental (e da minha esposa).
Quando perguntam porque eu voltei, não tenho uma resposta simples. Adorei as 3 cidades que morei, San Diego, Londres e Toronto, assim como adoro São Paulo (apesar de ter decidido morar em Santos). Tinha um ótimo emprego no Canada, e voltei para um ótimo, mas com enorme desafio.
Depois de algum tempo fora, sentimos que a próxima etapa da nossa vida passaria por estar mais perto dos nossos parentes e amigos. A readaptação ao Brasil é tão ou mais pesada quanto a adaptação em países diferentes. Não adianta voltar comparando como era no Canada ou Inglaterra, cada País tem seu lado bom e ruim.
Mas nestes poucos dias de Brasil (cheguei há 2 meses) o que mais espero é que o pessoal bom não vá embora e que outros voltem. Este País precisa desesperadoramente de educação, saúde e ,infelizmente uma coisa que virou qualidade, que é honestidade!
Precisamos estirpar a Lei de Gerson das nossas vidas, parar com o jeitinho, cortar filas, pequenos subornos, etc...tem que começar por nós
O Brasil vale a pena, não desistam! E boa sorte para voces
OI Jr Riccia,
Muito obrigada pelo seu comentário ... muito bacana ler sua experiência. Tenho um casal de amigos que também moraram em outros países e voltaram desse período de loucura que está o Brasil.
Eu imagino que a re-adaptação seja cruel, sinto isso já um pouco aqui na Flórida, imagino estando aí no Brasil.
Boa sorte pra vocês e acho que daqui uns 5 anos, será nossa vez de voltar a terrinha.
Abs
Pea aí João... você já comentou aqui no blog outras vezes, não foi?
Será que você não gostaria de escrever um post contando sobre essa sua volta ao Brasil? Gostei tanto das suas palavras :)
Abs
Concordo Mirela. Acho q quanto mais explicações pior o medo das críticas. Tb odeio gente q só fala coisa ruim do Brasil e pensam q as coisas devem ser de apenas uma maneira, como a Ana falou .
É bem isso :)
Abs
Eu também ando bem cansada desses mimimis, viu Mirella? E não é só na parte de imigração não! É tudo na vida! É essa falta de tolerância que as pessoas demonstram, essa razão de ser que só um jeito é certo, essa vida engessada que as pessoas vivem, sem entender que há vários pontos de vista diferentes. Que cada um encontre o seu lugar no mundo, onde quer que seja, não é mesmo?
Nem me fala Ana... um saco :)
Bjão
Marella, td bem? Concordo com vc, sempre entro nessa discussão com as pessoas. O meu desejo de migrar, não necessariamente tem que ser seguido de um comentário ruim ao Brasil... eu ainda não consegui me mudar para o Canadá, estou na fila do novo processo, express entry, e em revê estarei por aí. Desde que fiz um intercâmbio nos EUA quando era adolescente tenho esta voltando tarde de migrar para os EUA ou Canadá, só tive que adiar este plano por questões da vida... Rs
Aproveitando, acompanho seus posts faz algum tempo, mas só hj vi que seu marido trabalha com SAP. Sou consultor FICO faz 11 anos, participei de diversos rollouts internacionais, e queria saber se vc ou ele teria alguma dica para este processo de buscar uma primeira oportunidade aí no Canadá. Parabéns pelo blog e obrigado!
Adorei o que voce escreveu, darling! Como voce bem sabe, eu moro no Canada ha 8 anos mas, se nao fosse a lastimavel situacao em que meu amado Brasil se encontra, neste momento, eu nao titubearia em voltar nem por um segundo. Gostaria de colocar aqui um texto que achei muito bacana. Um grande abraco!
O brasileiro no exterior é um ser em constante estado de admiração pelo prosaico. Um engarrafamento ganha o charme de ocorrer em pistas de direções opostas às nossas; o frio que enrijece as mãos é europeu, não vindo do vento das montanhas mineiras; a grosseria do atendente é divertida por ser em francês.
Apreciamos a pontualidade dos trens britânicos e invejamos sua organização – e nos esquecemos de que não possuem nosso calor humano ou algo como a Baía de Guanabara, o encontro do Rio Negro e do Solimões ou o pôr-do-sol visto do Mercado Modelo. Babamos diante de seus ídolos pop e esquecemos de nossos Hermetos, de nossas Cássias e de nossos Emicidas. (Mas não nos culpemos: até Seu Jorge se esqueceu de nossos Seus Jorges.)
Não se trata, claro, de ser ufanista ou de fechar os olhos para nossos desalinhos, mas apenas de reconhecer o óbvio: todos os países possuem seus charmes e seus problemas. Aplaudir a virtude alheia e vaiar os tropeços domésticos é um hábito de colonizado, não de sofisticação. O verdadeiro “cidadão do mundo” é aquele que, por muito viajar, percebe que somos todos os mesmos.
Em quinze dias fora do Brasil, por exemplo, fiquei preso no avião em Gotemburgo quando alguém se esqueceu de solicitar os ônibus que deveriam buscar os passageiros na pista; vi metade da frota de ônibus parada em greve em Londres; fui destratado gratuitamente por diversos funcionários de marcos turísticos franceses e vi pedintes mendigando sob o frio nos três países. Li manchetes sobre um escândalo de nove milhões de libras (36 milhões de reais) envolvendo o prefeito londrino, escutei guias turísticos apontando obras que deveriam ter ficado prontas paras as Olimpíadas de 2012 e que permanecem inacabadas e ouvi relatos de corrupção em toda a Europa.
E, a cada experiência destas, podia imaginar inúmeros “só no Brasil” ditos com um tom de autodesprezo por quem mal pisou além de nossas fronteiras.
Pois o fato é que não há um “só no Brasil” – para o bem ou para o mal. Há apenas humanos tentando fazer seu melhor e cometendo atrocidades indizíveis movidas por ganância e fome de poder em todos os cantos do planeta.
Ou melhor: há, sim, um “só no Brasil”. É só aqui que você e eu vivemos e construímos nossas trajetórias.
Então, o mais inteligente a fazer é aprender a perceber que somos lindos e feios como todo o resto. Mas também aprender a amar o fato de sermos brasileiros. Com tudo o que isso significa.
O que nos falta é enxergar que nosso prosaico também pode ser belo.
Valeu pelo texto Gustavo, acho que é mais ou menos por aí.
Grande abraço
Acho que esse comentário ilustra claramente o que a autora do blog considera a tão batida e enjoativa atitude de detonar gratuitamente o país dos outros no intuito (normalmente inglório) de enaltecer ufanisticamente o seu. Por que se limitam a apontar os defeitos dos outros em vez de se mirarem em tantos bons exemplos que eles têm a oferecer e importarem alguns deles? Acho que seria uma atitude mais nobre e inteligente.
Wady, eu ja acho que o seu comentario ilustra, claramente, a maçante e fastidiosa atitude de detonar o Brasil, o nosso pais, e nao o pais dos outros, no intuito de rebaixa-lo. Nos, brasileiros, precisamos nos livrar deste nosso complexo de inferioridade e enaltecer, sim, por que nao, as maravilhas dessa gloriosa terra. Ufanismo nao e negativo. Ultranacionalismo, sim. Nao sei se voce mora fora do Brasil mas, espero que voce possa passar por essa experiencia para que possa ter outros parametros e paradigmas.
Obrigada por responder ao Wady, disse tudo ;)
Ai Wady... Nem sei o que te responder... sério!
Mirella.. Como sempre, excelente texto!!
Em diversos momentos eu já me peguei explicando para as pessoas o porque de querer imigrar... As pessoas, no geral, acham loucura.. Criticam, etc... Mas como você disse MUITO bem.. Temos que viver a nossa vida, e não "uma vida que os outros querem"!
Se as pessoas não entendem os meus motivos, não tem o porque eu tentar explicar. Vou viver o que eu penso ser o certo, e se tiver que voltar atrás atrás, irei fazer. Sem medo de errar! :)
Valeu pelo texto! Bjos!
Belas palavras Igor!!!
É isso aí ... Sem medo de errar, esse é o conceito :)
Abs
Mi, eu tbm li esse texto... Como já diz a música de Gil: "O melhor lugar do mundo e aqui e agora", seja ele na Dinamarca ou no Brasil. Sempre tive vontade de passar uma temporada mais longa fora, mas não sei se seria "forever" e com certeza se não fosse aquilo que eu estava esperando(pq espectativas sempre teremos), não teria nenhum problema em voltar ou seguir para outro lugar, o q quero é ser feliz.
Bjokas
E nada precisa ser forever, né Vivi?!
O importante é ser feliz...
bjão amiga
Muito bom! Concordo plenamente! As pessoas ficam querendo justificar e reafirmar sua decisão o tempo todo e para isso tentam depreciar o outro país/cidade. Acho que no fundo é uma forma minimizar as inseguranças que essa decisão de mudar envolve. Com certeza o melhor lugar é onde a gente está!
Oi Leni,
Exato ... ou onde você quer ir, mas sem ficar detonando o destino atual, mas olhando pra frente, em busca do novo.
Abs
Tens toda razão, Mirella. Eu até publiquei um conto intitulado "Meu Nome É Besouro", sobre um brasileiro malandro que viajou para o Canadá nos anos 70 para se dar bem às custas dos outros. Ele fazia tudo errado, inclusive assaltava os turistas na Cidade Velha em Montreal. Não pagava o aluguel do quarto e gostava de contar vantagem, todo gabola. Até que um dia ele teve que fugir, tomando um destino ignorado. Vida de malandro é difícil.
Pois é ... :)