Flavia em Halifax, CanadaFlavia e o marido sempre pensaram em viver no exterior, mesmo antes de se casarem. Um sonho que ia se amadurecendo e criando raízes, até que um dia, decidiram pelo Canada, um país que tem o processo de imigração aberto a estrangeiros.
Há 8 meses, chegaram em Halifax e a fase de adaptação não poderia estar sendo melhor.
Conheça um pouco mais da história desse casal…

Mala, Cuia e 4 cachorros … no Canada

– Nome:
Flávia

– Onde nasceu e cresceu?
Nasci em São Paulo mas morei quase a vida toda em São Bernardo do Campo, cidade do grande ABC. Em 2004 mudei-me para Sumaré (interior de SP, perto de Campinas) e de lá mudei para o Canadá em ago/2007.

– Em que país e cidade você mora?
Halifax, província de Nova Scotia no Canadá.

– Você mora sozinho ou com sua família?
Moro com meu marido e meus quatro “filhos” caninos – todos brazucas da gema!

– Há quanto tempo você reside nesse local?
Desde agosto de 2007, contando hoje quase 8 meses.

– Já residiu em outro(s) país(es) antes dessa experiência?
Nunca. Essa é a primeira vez.

– Qual sua idade?
29, mas cara de 20 (juro! rsrsrsr)

– Quando surgiu a idéia de residir no exterior?
Desde que começamos a namorar (lá nos idos de 1998 ) eu e o marido cogitamos a idéia de um dia sair do Brasil. Ele tinha um pouco mais de bagagem, pois já tinha conhecido alguns países em viagens com a família. Nessas primeiras vontades a gente pensava nos EUA por ser o destino mais comum. Em 2000 vimos uma reportagem no jornal falando sobre a Austrália, sobre os incentivos do governo na área de imigração e a demanda por profissionais de enfermagem (eu, nesse ano de 2000 estava concluindo o curso de Enfermagem) e da área de informática (o marido já na área). A luzinha acendeu de novo e fomos pesquisar mais sobre o assunto.
Chegamos a solicitar o manual pra Embaixada da Austrália em Brasília mas resolvemos engavetar o projeto por alguns motivos: – ainda não éramos casados e não tínhamos grana pra juntar as escovas de dentes; -ele precisava terminar uma faculdade pra gente fazer mais pontos; – eu precisava dar uma melhorada no meu inglês pra fazer o IELTS; – e precisávamos de mais tempo de experiência na área (recém-formado é praticamente um estagiário com diploma, né?). O projeto foi pra gaveta mas a idéia sempre ocupou seu espacinho.
Em 2003 casamos e em 2004 mudamos para Sumaré. Nessa época, fiz uma matéria no curso de mestrado da UNICAMP como aluna especial e conheci uma moça, e conversa vai, conversa vem, descobrimos nosso interesse em comum de sair do Brasil. Ela que me contou sobre o Canadá, me indicou o grupo do Yahoo e o site do CIC. Contou inclusive, que tinha considerado a Austrália como destino, mas por causa da distância e do processo ser um pouco mais burocrático e conseqüentemente mais caro, ela estava se aplicando pro Canadá. Esse foi o empurrão que faltava pra gente começar a falar de mudança de novo.
Pesquisando, descobri que seria mais interessante tentarmos se eu fosse a aplicante principal, mas como o marido ainda não tinha concluído a faculdade, ficamos na dúvida de entrar ou não com o processo. Pra encurtar a longa história, em junho de 2006 eu mandei os documentos – ainda era o processo antigo – sem a faculdade do marido mesmo – que ele nunca terminou!

– Foi difícil conseguir o visto de residência ou o visto de trabalho?
Quando demos entrada no processo, tivemos de mandar todos os documentos e comprovantes no início. Depois de 9 meses do início do processo, o consulado nos informou que não tínhamos pontos suficientes. Mas eu já estava com uma carta na manga: tinha começado a estudar francês logo depois de dar entrada no processo. Fui estudar porque tinha o tempo livre, porque gostava de estudar e pensei que talvez poderia ajudar na adaptação aqui – mas nunca pensei que poderia precisar dos pontos extras. Assim, me vi obrigada a fazer o TEF (comprovação de francês)- era isso ou desisitir do processo. Estudei tudo o que eu pude e o que não pude e fui fazer a tal prova que ia selar o nosso destino pelos próximos meses. Graças a Deus, tive um resultado bacana que me garantiu os pontos que faltavam (e até um “extra”) e pudemos dar continuidade no processo. Fora isso, não houve mais nenhum problema a não ser a demora do Consulado em liberar a papelada. Nós tiramos o visto de residência permanente.

– Você tem seguro saúde? Foi difícil obtê-lo antes ou depois da sua chegada?
Não tenho. Viemos morar em uma província que oferece cobertura desde a data do landing/chegada.

– Você trabalha? Como a renda familiar é obtida?
Estou trabalhando como vendedora em uma “The Bay” (loja de departamento). Eu escrevi esse post, falando como foi que consegui esse emprego. Esse emprego de vendedora em loja é meu primeiro, pois só tive experiência como enfermeira.

– Se a resposta anterior foi sim, você mudou de área depois da saída do Brasil ou continua no mesmo setor?
Sim. No Brasil trabalhei como enfermeira, mas mesmo lá já tinha pendurado o estetoscópio – estava descontente com a profissão. Aqui, achei que não valia a pena enfrentar toda a burocracia pra validar um diploma que não pretendo usar. Assim, escolhi um emprego qualquer pra pagar as contas, pra melhorar meu inglês até que eu encontre uma oportunidade melhor.

– Você fala a língua local? Você acredita que é importante aprender a língua local?
Falo. Acho que é essencial falar a língua local. Embora o canadense esteja habituado com a diversidade cultural, eu e meu marido evitamos conversar em português quando estamos em público. Acho que parece um pouco de falta de educação e como não gosto que outras pessoas conversem em uma língua que eu não entendo na minha frente, evito fazer o mesmo. Mas voltando à importância do idioma: eu diria que é essencial para a adaptação, para fazer novas amizades, conseguir emprego, etc.

– O que você pensa sobre seu novo país e o local onde mora (e/ou onde morou)? Eles respeitam os Brasileiros e outros expatriados vivendo nesse país?
Até o momento estou muito satisfeita com a mudança Brasil-Canadá e mais satisfeita ainda em ter escolhido Halifax como minha nova cidade. O clima daqui me agrada, o tamanho da cidade me parece ideal – nem muito megalópole, nem muito provinciana – e os nativos da região não poderiam ser mais simpáticos. Nunca sofri nenhum tipo de discriminação. Pelo contrário, como converso com muita gente diferente todos os dias no trabalho – clientes – , muitos acabam me desejando felicidades nessa nova etapa. A questão do sotaque – que sempre entrega que sou “de fora” – chega a ser engraçada: as pessoas sempre tentam adivinhar de onde eu venho. Já “vim” de vários lugares: Quebéc, Rússia, Romênia, Europa no geral, mas só uma pessoa acertou o Brasil. Agora, no meu crachá tem uma etiqueta “Eu falo português” e isso acabou com a graça da brincadeira… rsrsrsrsr

– Você tem filhos? Se sim, eles se adaptaram ao novo país? Estudam e têm amigos locais?
Filhos de 4 patas contam? Se sim, eles amaram a mudança! rsrsrsrs

– Sente saudades da família no Brasil? Sente falta de produtos, alimentos e outras peculiaridades?
Estamos aqui há pouco tempo pra sentir saudades e em dezembro a família veio passar Natal/Ano novo. Além disso, já morávamos longe de todo mundo há uns 3 anos. Eu diria que a saudade está em um nível aceitável. Agora tem dias que eu chego a “sentir” o gostinho do Guaraná, ou o cheiro de uma fornada de pão de queijo. Ô tristeza! Ganhamos de Natal um kit sobrevivência básica com panetone, pão de queijo, Guaraná, BIS, biscoito Calipso, Amandita, paçoca, farinha, café, polenguinho, etc. Tem uma foto aqui.

– O que costuma fazer nas horas vagas, finais de semana e feriados? Quais as atividades recreacionais existentes?
Eu sempre usei muito o computador e isso não mudou aqui. Leio bastante, até pela grande oferta de livros da biblioteca municipal . Como trabalho com escala, não tenho muitos fins de semana e nem feriado. Fizemos alguns poucos passeios: Peggy’s Cove, Truro e aqui na cidade mesmo, Public Gardens e Point Pleasant Park. Ah! E a “praia” rsrsrsrs. Eu diria, que nós pouco mudamos nossos hábitos com relação ao lazer. Sempre fomos muito caseiros – estilo pipoca + filme – e aqui só saímos um pouquinho porque é tudo novidade, e porque ainda não conhecemos nada. E um cineminha também acontece de vez em quando.

– Você tem planos para o futuro? Pretende viver nesse país para sempre?
Pretendemos continuar no Canadá. Poderemos até encarar uma mudança de província se necessário mas a residência continuaria sendo canadense.

– Você comprou ou alugou o local que reside? Quanto pagou ou paga por isso? Comprar imóveis é algo comum nesse país?
Estamos morando em uma casa alugada, na região rural de Halifax. O aluguel é o preço médio que se paga por aqui. E os preços variam de acordo com a região e tamanho do imóvel – como em todo lugar, certo? Eu não saberia dar mais informações sobre o mercado de imóveis aqui.

– Qual o custo de vida?
Xi…. Poxa, acho que vou ficar devendo essa…. Não sei o custo de vida daqui.

– Quais os pontos positivos e negativos de morar nesse país?
Positivos: a diversidade cultural, a receptividade, a possibilidade de se adaptar facilmente.
Negativo: o frio intenso se comparado ao clima brasileiro.

– Qual a curiosidade que mais te chama a atenção nesse país?
Como as pessoas em geral são bem educadas e o fato de se preservar a intimidade alheia.

– Você tem sugestões ou dicas para pessoas que pretendem viver nesse país?
Antes de encarar a mudança, tenha certeza de que tem uma boa base de inglês (ou francês) – isso pode fazer diferença na hora de conseguir um emprego. Além disso, um bom pé de meia fará com que a fase de adaptação seja menos estressante. E não se preocupem em trazer casacos de frio do Brasil: eles não agüentam o tranco! E a panela de pressão pode ser doada. Aqui TEM panela de pressão!

– Você gostaria de recomendar algum web site ou blog relacionado à esse país?
O que deve servir de guia é o site do Governo do Canadá. É o site oficial e mais completo. Todas as respostas estão lá. Qualquer informação proveniente de outra fonte deve ser verificada com atenção.

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