Tinha feito esse post para o Dia Internacional da Mulher e acabei esquecendo de publicar… oh cabeca de vento, ne?!
—–
Para o dia de hoje, fica a pergunta….
O que eh ser mulher???
Pense… reflita… se olhe… se admire… se descubra… e se veja como mulher…
Mulher
By: Pablo Neruda
“Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estao felizes.
E riem quando estao nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustica
Elas nao levam “nao” como resposta quando
acreditam que existe melhor solucao.
Elas andam sem novos sapatos para
suas criancas poder te-los.
Elas vao ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas criancas adoecem
e se alegram quando suas criancas ganham premios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento. ”
Obs: Continuo aqui na luta do layout… desculpa a falta de visitas!
5 Comentários
Mirella,
sinto muita, por essa invasao, mas gostaria que vc fizesse um comentario à respeito, desse relato abaixo.
Mais uma vez, desulpa-me ;-(
Mag
HISTÓRIA
Mulheres dos trópicos
Por Jean Marcel Carvalho França
Vem desde a época colonial a crença de que as brasileiras são "acessíveis sexualmente"
É, ainda, bastante comum toparmos com estrangeiros que adentram o território nacional munidos da inabalável convicção de que poucas mulheres do mundo são tão acessíveis sexualmente quanto as brasileiras. Tal crença é, sem sombra de dúvida, constantemente reiterada por imagens do alegre carnaval carioca, pelos apreciados romances sensuais de Jorge Amado ou por um outro qualquer produto da pauta de exportações do país, prostitutas inclusive.
Todavia, não se deve negligenciar que há tempos os europeus, guardiões da moral e da cultura do Ocidente, partilham de uma imagem bastante depreciativa das mulheres dos trópicos, imagem que, depois de ser reproduzida à exaustão durante séculos, parece aos habitantes do Velho Mundo -e aos estrangeiros em geral- sólida, canônica e obrigatória.
A construção dos alicerces de tão polêmica concepção, ao que tudo indica, coube aos poucos estrangeiros que aportaram em praias brasileiras durante o período colonial, notadamente àqueles que deixaram registradas suas impressões sobre uma qualquer das cidades portuárias da América Portuguesa. E são, diga-se de passagem, impressões ligeiras, pois as autoridades locais eram avessas à presença de navios estrangeiros em portos brasileiros e, quando eram obrigadas a recebê-los, salvo raríssimas exceções, não somente tratavam de despachá-los o mais rápido possível, como, durante sua permanência, impunham severas restrições aos tripulantes -que podiam desembarcar somente durante o dia, em grupos pequenos e acompanhados por um oficial português.
A mulher brasileira de moralidade pouco rígida, sempre disposta a realizar os mais secretos desejos desse visitante apressado, faz sua primeira aparição nas páginas de tal literatura no início do século XVII, num relato bastante conhecido na época, intitulado Viagem de François Pyrard de Laval.
O livro de Laval, um navegador francês que aportou na cidade de São Salvador, em maio de 1610, ao retornar das Índias Orientais, traz uma história curiosa que se tornou conhecida na Europa ao ponto de reaparecer, com ligeiras alterações (a aventura agora se passa em Santos), no relato de um tal Francisco Coreal, aventureiro espanhol que supostamente -há muitas dúvidas sobre a autenticidade de sua narrativa- teria passado pelo Brasil em 1685.
Relata-nos Pyrard que, certo dia, andava pelas ruas da cidade de Salvador, quando subitamente se viu abordado por rapariga negra de Angola que, sem qualquer cerimônia, o tomou pela mão e o levou até à casa de uma jovem dama portuguesa. Gaba-se o francês de que essa dama prestou-lhe, ao longo de muitas visitas, uma infinidade de obséquios e favores, favores que, concluía o visitante, não raro eram obtidos pelos europeus que visitavam o lugar, pois as damas locais eram afáveis e muito amigas dos estrangeiros.
A linhagem inaugurada por Laval cedo teve seguidores. Em 1676, Gabriel Dellon, um cirurgião condenado pelo Tribunal da Inquisição de Goa, a caminho de Lisboa para cumprir sua pena, desembarcou em Salvador e, depois de pouco mais de um mês de permanência entre os baianos, descreveu-os, mulheres e homens, brancos, negros e mulatos, como mergulhados na libertinagem; e mais, salientava Dellon, tinha ouvido dizer que as baianas eram pudicas (moralista) se comparadas às brasileiras de outras regiões.
Tal adendo, a propósito, certamente contaria com a aprovação do engenheiro francês François Froger que, ao deixar o Rio de Janeiro no inverno de 1695, registrou, um pouco escandalizado, que a cidade em breve teria o mesmo destino de Sodoma, tamanha a libertinagem em que viviam os habitantes.
Ainda no século XVII, um século pobre em narrativas de estrangeiros sobre o Brasil, o célebre navegador britânico William Dampier, em 1699, insinuou, no seu conhecido e muito reeditado A Voyage to New Holland, que as baianas tinham um especial apreço pelos estrangeiros. Ponderou, contudo, que era bastante arriscado corresponder a tal estima, pois os baianos, extremamente ciumentos, não hesitavam em matar ou em mandar matar um galanteador mais ousado.
É, no entanto, ao longo do século XVIII que vêm a público aquelas narrativas que, mais detalhadas, acabarão por realmente consolidar como um lugar comum a sugestão de Laval. Logo no início do século, em 1713, o conhecido navegador e sábio Amédée Frézier, ao retornar de sua viagem ao Mar do Sul, passou pelo Brasil e não deixou de observar, como Dampier, que os homens eram ciumentos e não poupavam cuidados no sentido de proteger a moral de suas filhas e esposas.
Apesar de tais cuidados, porém, prossegue Frézier, as mulheres eram todas libertinas e a amoralidade atingia um ponto tal que casos havia em que as próprias mães acobertavam e mesmo auxiliavam os atos impuros das filhas. Outro francês, Le Gentil La Barbinais, também de passagem pelo Brasil, foi um pouco mais longe nas suas observações. Barbinais notou também que as mulheres brancas eram todas dissolutas, mas deu-lhes uma certa razão para adotarem tal comportamento, pois constatou que os colonos brancos, volta e meia, as trocavam pelas negras da Guiné ou pelas muitíssimo apreciadas mulatas.
A conduta moral da brasileira não foi elogiada nem mesmo pela única mulher européia a deixar registrada as suas impressões sobre o Brasil colonial: a inglesa Jemima Kindersley. A senhorita Kindersley, que nos legou um pequeno livro com suas cartas do Brasil, Tenerife, África e Índias de Castela, em uma de suas missivas, datada de 1764, asseverou serem as mulheres do Brasil incultíssimas, porém, astutas, hábeis na arte de enganar os homens e apreciadoras como ninguém de uma conversa sobre aventuras amorosas.
O contributo decisivo para a tal consolidação que mencionávamos não veio, todavia, dessas obras, veio sim de um livro editado em 1773, intitulado Cooks Voyage (1768-1771), livro assinado pelo herói da marinha britânica, capitão James Cook. A narrativa atribuída ao capitão -a obra, na verdade, publicada na coleção An Account of the Voyages Undertaken by the Order of his Present Majesty for Making Discoveries in the Southern Hemisphere, foi preparada por John Hawkesworth e, embora aprovada por Cook, não era a transcrição exata dos seus diários de viagem -conheceu inúmeras reedições e traduções e, o que é digno de nota, passou a constar durante muito tempo no rol de leituras obrigatórias dos navegantes, sábios e aventureiros europeus que se lançavam no além-mar, condição ideal para cristalizar um lugar comum no gênero.
Cook visitou o Rio de Janeiro em 1768 e, enquanto esteve no porto local, recebeu um tratamento bem pouco amigável do então governador conde de Azambuja. Entre os muitos comentários que o contrariado capitão teceu sobre a cidade e seus habitantes, pelo menos dois deles reapareceram em boa parte das narrativas de viagem setecentista que mencionam o Brasil. Um, mais brando, diz respeito à qualidade da água disponível para os navios ancorados no porto da cidade: péssima, segundo o exigente herói inglês. Outra, que aqui nos interessa, alude à moralidade, melhor, à imoralidade da mulher carioca.
Eis, na íntegra, a observação de Cook que tanto sucesso teve entre o público apreciador de narrativas de viagens da época: Creio que todos estarão de acordo em admitir que as mulheres das colônias espanholas e portuguesas da América meridional concedem seus favores mais facilmente do que aquelas dos países civilizados. No que se refere ao Rio de Janeiro, algumas pessoas chegam a afirmar que na cidade não há uma única mulher honesta. Essa condenação é seguramente muito generalizante. O dr. Solander, todavia, durante sua permanência na cidade, não foi capaz de elogiar a castidade dessas senhoras. Disse-me ele que, ao cair da noite, elas apareciam nas janelas, só ou acompanhadas, e jogavam buquês de flores sobre os seus eleitos quando esses passavam pela rua. Ainda segundo o doutor, ele e mais dois ingleses que o acompanhavam receberam um número tal de distinções que, ao final de um curto passeio, os seus chapéus estavam cobertos de flores.
Depois de Cook, raros são os visitantes estrangeiros que deixarão de tecer comentários, comentários geralmente pouco abonadores, sobre a conduta moral das brasileiras. Vale notar, inclusive, que muitas dessas narrativas dialogam diretamente com o relato do capitão, na maior parte das vezes, não todas, é certo, para concordar com as suas indelicadas impressões.
Há mesmo os que, embora discordem das considerações de Cook, não deixam de contar uma história qualquer que acaba por corroborar as asserções do circunavegador. É o caso de John Barrow, na sua narrativa Viagem à Cochinchina (1793). Barrow escreveu que, durante sua curta permanência no Brasil, não presenciou nada de escandaloso, mas que havia escutado da boca de um padre indiscreto que a maioria das mulheres do Rio de Janeiro tinha sífilis em decorrência do comércio nefasto mantido com os visitantes estrangeiros.
Em resumo, depois de Cook, a idéia de que as mulheres brasileiras de todas as matizes são levianas e estão sempre prontas para ceder aos encantos do estrangeiro passou definitivamente a gozar de um lugar cativo nas narrativas de viagem e incorporou-se ao repertório de lugares comuns sobre o Brasil que circulavam pelo mundo.
A bem da verdade, não se incorreria em grave erro asseverar que, a partir do século XIX, quando o país passa a ter mais contato com o mundo e a cortar os laços espirituais com Portugal, esse lugar comum da cultura ocidental, a qual passamos a pertencer um pouco como hóspedes não convidados, atuou tão poderosamente sobre a construção da nossa auto-imagem que acabamos, nós próprios, a identificar-nos com ele. Talvez por isso, tristemente, ainda não nos cause estranheza e repugnância que muitos visitantes estrangeiros pisem nos trópicos com a feliz certeza de que encontrará sexo fácil e para todos os gostos.
Jean Marcel Carvalho França
É professor do Departamento de História da UNESP-Franca e autor, entre outros, de "Literatura e Sociedade no Rio de Janeiro Oitocentista" (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999) e "Outras Visões do Rio de Janeiro Colonial" (José Olympio, 2000).
* Com esse relato acredito que resta à nos brasileiras (os), que moramos no exterior e no Brasil, contribuir para apagar, essa imagem.
Como?
1°- Nao exaltando à beleza da mulher brasileira ( porque mulher bonita tem em todo lugar, e no Brasil tem uma quantidade enorme de mulher feia), nao comportando-se com vulgaridade (nos gestos, nas roupas, no modo de falar...), nao vendendo à imagem de povo alegre ( porque, aqui alegre = disponível = servo= atrasado = incivilizado = pobre= terceiro mundo = sul).
2°- Nao exaltar e apreciar artistas, escritores, jornalistas, novelas, filmes, etc. que vendem essa imagem do Brasil sensual, vulgar e atrasado, como o estrangeiro gosta, etc.
Vocês já repararam, que quando o estrangeiro (a), encontra um brasileiro (a) vestido com descrição, elegância, pudor, 'vestido como um 'senhor(a)' -como se diz na Itália- eles ficam irritados, ou quando nao tem comportamentos serviçais, submissos, e sim esnobe, ah! Eles entram em crise, e mais se um é doutor, isso é a morte, pois eles nao gostam de descobrir que nao somos assim 'diferentes'.
Um exemplo: uma vez estava em um casamento, e quando iniciaram a dançar, ao som daquelas musicas velhas, 'moro num Pais tropical...' 'a banda do Zé pretinho chegou, para animar à festa', à mae da noiva 'aquela velhinha seria e inocente como uma adolescente' se requebrava como uma vulgaridade desesperada ( diz que é coisa de preto,?!), dai quando me viu: ... vem, vem sambar, ela é brasileira me ensina à dançar... Eu: à senhora nao precisa , pois sabe dançar muito bem! Entao vem dançar. Eu: desculpa-me, mas eu nao danço... Ela: Como nao? Vc nao é brasileira, porque nao dança? Eu: porque sou crente. Ela: o que tem haver? Eu: rebolar é sensualidade e eu sou uma que obedece às leis de Deus. Ela: eu sou católica, mas hoje é festa. Eu: porém eu sou protestante, e ser evangélico nao é política é Fé e Estilo de vida (escolha), e para mim, festa é todos os dias, quando falo com Deus. Ela: mas vc nunca dança? Eu: sim,! Quando sou em minha casa, sozinha, cheia do Espirito Santo louvando à Deus, acontece, de sentir tanta alegria que danço, para Jesus, mas nao samba!
Ela ficou muda. E eu em paz e feliz, e meu marido radiante.
Reservar simpatia somente para às pessoas amigas e do seu nível.
hehehehe com o tempo a bagunça de torna orgnizada!
Estou curiosa para ver como esse blog vai ficar!
Oi Mirella; Lindo esse texto. Gostei da foto do novo blog. bjs,
Oie Linda...
Adorei essa foto sua e Kiko!!! Calma que em breve seu blog estará bem a sua cara novamente :)
Um bjão e inté.