Existem conversas que te fazem ficar pensando, né?

Imagina que sábado passado fui cortar as pontinhas do meu cabelo em um salão aqui em Irvine… A pessoa que cortou meu cabelo foi uma Koreana toda simpática.

Conversa vai… conversa vem… ela me perguntou sobre meu sotaque… Expliquei que morava no Canada, mas que nasci e cresci no Brasil…

Ela olhou bem pra mim e disse; “Nossa, eu tinha uma visão diferente de brasileiros? Pensei que a grande maioria fossem negros ou mulatos?” (Essa é uma reação comum que as pessoas tem, então nem choquei…)

Porém, como eu havia lido uma reportagem sobre o senso dias atrás (por coincidência), a adverti que cerca de 50% da população Brasileira era branca ou caucasiana, como o povo diz aqui…

Adivinha agora o que ela me respondeu???

“Que sorte a sua ter nascido branca, hein?!”… depois disso fiquei muda, não sabia exatamente o que responder… Tudo o que pensava em responder, eu achava extremamente preconceituoso, racista ou sei lá…

É interessante se colocar numa posição como essa… pois querendo ou não, todos têm consciência que a população negra é marginalizada (seja em maior ou menor proporção)… e quando pensamos nos Japoneses do Brasil, quantas vezes os apelidamos de “Japa”, será que isso é certo? Será que essa não é uma forma de preconceito?

Com isso, veio os pensamentos baseados no meu lado imigrante, me classificando como caucasiana ou branca…

Será que o fato de eu ter a face européia é que eu sou tão bem aceita aqui na América do Norte??? Digo isso, pois nunca ninguém adivinhou minha nacionalidade… Já vim da Russia, Hungria, Suécia, Alemanha, França etc etc etc mas nunca do Brasil eheheheheh!!! É meio estranho pensar nisso… pois fazendo um paralelo com minha amigas chinesas de Ottawa, elas nunca tiveram a mesma impressão que eu tenho sobre o Canada… será que elas sentem algum tipo de preconceito no Canada? Será que essa minha cabeleireira Koreana tem razão ao dizer que sou “sortuda” em ter nascido branca? Será que eu sou tão ingênua ou easy-going que nunca percebi preconceito a minha pessoa?

Ainda estou digerindo essa conversa “banal” de salão de beleza…

Diga aí sua opinião?