Fases Canada

Dia desses, estava pensando sobre os sentimentos que envolvem uma mudança de país. Sabe aquela decisão doida que a gente toma de querer um algo novo em uma terra que não é nossa? Pois é, é muito interessante pensar nisso, pois a cada um ano ou a cada 6 meses, especialmente nos primeiros anos de vida expatriada, os sentimentos se modificam e se transformam como em um passe de mágica e isso que chamo de fases do Canadá.

Vou contar abaixo um pouquinho das coisas que eu e o Kiko fomos vivenciando ao longo desses (quase) seis anos vivendo no Canadá.

Coisas a se considerar aos ler minhas impressoes:

  1. Viemos para o Canada legalmente, com o visto chamado PR (Permanent Resident), ou seja, ambos podemos trabalhar e viver com todos os direitos e deveres de um cidadão canadense. A parte de poder votar, aconteceu somente quando viramos canadenses.
  2. A mudança e imigração para o Canadá foi uma opção pessoal (minha e do Kiko). Dessa forma ninguém ou nenhum fator externo nos “obrigou” a nada.
  3. Eu e o Kiko somos brasileiros e casados, e quando nos mudamos para o Canadá não conhecíamos ninguém, isso foi no ano 2000, uma realidade bem diferente do que é hoje, em todos os sentidos.

Ok… agora podemos ir para frente!


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Fases do Canadá

1 ao 6 meses: descobertas, adaptações e novidades.

Essa fase é muito engraçada e ao mesmo tempo desesperadora, pois como não conhecíamos ninguém no Canadá, mais especificamente em Toronto, cidade que havíamos chegado, tivemos que nos virar sozinhos. Ou seja, ir atrás de banco, lugar para morar, emprego, curso de inglês, arranjar amigos, se aplicar para empregos, se descobrir no novo lugar e tudo mais…

Na verdade, preciso confessar, do contrário estaria sendo ingrata, pois quando chegamos aqui tinha um casal de amigo dos amigos, sabe? E eles foram sensacionais conosco, mesmo não nos conhecendo, eles nos passaram dicas, nos apresentaram aos amigos deles, nos integraram e esse apoio emocional é muito importante. Então, se puder dar uma dica para os novos imigrantes, essa dica seria de investir em encontrar bons amigos, as vezes não é fácil, especialmente na vida a adulta, mas se dedique a isso, pois faz muita diferença.

Enfim, éramos tão jovens nessa época, apenas 23 e 27 anos. Não tínhamos muito compromisso “em ter que dar certo” e estávamos mais interessados em abraçar com muita força essa oportunidade. Toda novidade a gente digeria com muito gosto e vontade de mais.

Início do segundo ano: aprendizado e rotina

Nesse período, não existia mais a novidade propriamente dia, então a gente já estava mais familiarizado em como as coisas funcionavam e como eram as pessoas. No nosso caso, já tínhamos nos estabelecidos em Ottawa, depois de uma mudança de Toronto no 7o mês de Canadá, o Kiko estava com um bom emprego, eu estava praticamente fluente no inglês e estava começado a dar meus pulos!

Então, nessa fase Canadá o jeito era entrar na rotina e “bola pra frente”, afinal de contas daqui pra frente as coisas iriam ser bem parecidas, imagine que até o inverno não seria mais um bicho de sete cabeças, well well welll… pelo menos a gente já tinha roupa adequada para isso, não é mesmo?!

Terceiro ano de Canadá: país perfeito, nunca mais quero sair daqui!

Nesse início de terceiro ano de Canadá, sei lá, eu me lembro que estava muito certa da escolha que havíamos feito. Eu adorava viver no Canadá, estava naquele espírito do “pra sempre” (risos). Tinha engolido a bandeira canadense e não queria mais pensar em conviver com violência urbana, sujeira na rua, corrupção e desigualdade social. Eu não queria mais isso para minha vida de jeito nenhum: ”Ser palhaca nunca mais!”… ehehhe

Certamente, essa foi minha fase mais apaixonada pelo Canadá! Claro que ainda amo e admiro esse país, mas tenho uma visão mais madura e menos romântica daqui. Mas dito isso, aproveite essa fase de apaixonite, pois é boa demais!!! Foi nessa fase que mais aprendi sobre os valores, história e cultura canadense, eu devorava tudo!

Quarto ano de Canadá: cidadania e questionamentos

Essa fase é quando a gente “ganha” o reconhecimento de todo esforço! Ou seja, período que nos aplicamos para a cidadania e recebemos pela primeira vez o passaporte canadense com nosso rosto estampado! É muita emoção, sentimento de dever cumprido, orgulho explodindo na gente… eu lembro que quase chorei durante a cerimônia de cidadania.

Se quiser saber mais, leia os links abaixo:

Na minha opinião, o quarto ano foi um marco na minha vida de imigrante, pois nada mais nos prendia ao Canadá, veja bem, não que antes nos prendesse. Mas não sei, acho que os três primeiros anos nos “acorrenta inconscientemente” por causa da cidadania, é como que aquela coisa: “já que cheguei até aqui, agora vou até o final!”. Mas depois dacidadania acabou, vem aquele ponto de interrogação; “e agora, qual a meta???“.

Estávamos super bem no Canadá, completamente adaptados, tínhamos (temos) amigos queridos, mas nos começamos a seriamente nos questionar se era isso mesmo que queríamos para nossa vida, entendem? Eu amo o Canada, mas o friozinho sempre me deixou maluquinha. Minha opinião, mesmo depois de tantos anos no Canadá é que esse é um lugar maravilhoso para se ter filhos e educa-los, além é claro, de viver…

Não sei ao certo, mas naquele momento, eu e o Kiko estávamos numa fase de curtir a vida, aproveitar tudo e ir atrás de novidades e fomos! Depois, se vierem os herdeiros, a gente joga a ancora em algum lugar e se acomoda um pouquinho.

6 anos e meio de Canadá! Caramba…

O Canadá atualmente é como o Brasil, isto é me sinto tão em casa no Brasil, quanto no Canadá. Na verdade, as vezes me pergunto se conseguiria voltar a viver no Brasil, pois estou tão adaptada a vida na América do Norte.

De 2004 até agora (abril/2007), passeamos bastantes, conhecemos diversos lugares diferentes, trabalhamos em 3 lugares diferentes nos EUA e continuo com a sensação que o Canada é um país realmente bom para se viver. Meu único e eterno problema é lidar com o frio, pois se não fosse isso, a dúvida de nos mudarmos para California, Austrália, Sul da Europa, ou até mesmo o Brasil vai e volta da minha cabeça…

Gente, mas uma vez gostaria de ressaltar que essas sao minhas impressões e reflexões sobre o tema. Então não tem regra, pois cada pessoa passa por essas coisas de forma diferente! Depois conta para mim sua opinião.

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